11/12 - Retratos de uma arte em extinção
A par da tendência ocidental, Portugal é um dos países mais envelhecidos do mundo. E onde, apesar disso, nem sempre se encontra o devido respeito pela sabedoria dos mais velhos. Os Estaleiros Navais de Vila do Conde serviu como exemplo para o projecto documental realizado.
Calafates e forjadores, carpinteiros e serralheiros navais, estas são algumas das profissões mais antigas na área da construção naval. A empresa Samuel & Filhos Lda. já teve perto de 126 trabalhadores, em 1985, mas, nos dias de hoje, restam apenas 12 profissionais na construção e manutenção dos barcos.
Esta série de retratos serve como um documento histórico de uma arte em vias de extinção, pois metade destes profissionais já se reformou ou está à espera para não ser penalizado. Ao longo dos tempos, não têm aparecido novos aprendizes o que justifica o facto de 11 dos trabalhadores atuais estarem na empresa há mais de 30 anos. Alguns deles estão ligados pelo sangue,outros pelas histórias guardadas desde o tempo de infância. Uma família!
Calafates e forjadores, carpinteiros e serralheiros navais, estas são algumas das profissões mais antigas na área da construção naval. A empresa Samuel & Filhos Lda. já teve perto de 126 trabalhadores, em 1985, mas, nos dias de hoje, restam apenas 12 profissionais na construção e manutenção dos barcos.
Esta série de retratos serve como um documento histórico de uma arte em vias de extinção, pois metade destes profissionais já se reformou ou está à espera para não ser penalizado. Ao longo dos tempos, não têm aparecido novos aprendizes o que justifica o facto de 11 dos trabalhadores atuais estarem na empresa há mais de 30 anos. Alguns deles estão ligados pelo sangue,outros pelas histórias guardadas desde o tempo de infância. Uma família!
RETRATOS
Local de Trabalho
É difícil de situar no tempo mas pode concluir-se que a construção naval tem, pelo menos, a mesma idade do burgo, atendendo à lógica de que para andar à pesca e para atravessar o rio era necessário haver barcos e havendo barcos era preciso que os construíssem e reparassem.
Nos antigos estaleiros de Vila do Conde, em 1857, estavam em construção de acordo com a nota da alfândega, 17 embarcações, divididas por barcas, brigues, pataches (a maior quantidade), palhabotes, escunas e hiate. Dando um salto de quase cento e setenta anos, chegamos aos nossos dias. A crise instalada é de certo modo preocupante a mantém os mestres construtores navais em estado de alerta e alguma angústia, pois alguns dos barcos em manutenção já mereciam o seu descanso, mas, depois do governo ter cortado no apoio à construção de novos barcos, os mestres recorrem agora a apoios para a sua manutenção ou abate mas, neste caso, deixando a profissão e passando a viver dos subsídios ou a trabalhar para outras pessoas. Hoje a nova realidade daquelas empresas passa mais pela construção em aço e alumínio do que pela tradicional madeira em que fomos uma referência no país.
O projecto inicial era fotografar algo em construção e apenas encontrei uma realidade de manutenção.
Nos antigos estaleiros de Vila do Conde, em 1857, estavam em construção de acordo com a nota da alfândega, 17 embarcações, divididas por barcas, brigues, pataches (a maior quantidade), palhabotes, escunas e hiate. Dando um salto de quase cento e setenta anos, chegamos aos nossos dias. A crise instalada é de certo modo preocupante a mantém os mestres construtores navais em estado de alerta e alguma angústia, pois alguns dos barcos em manutenção já mereciam o seu descanso, mas, depois do governo ter cortado no apoio à construção de novos barcos, os mestres recorrem agora a apoios para a sua manutenção ou abate mas, neste caso, deixando a profissão e passando a viver dos subsídios ou a trabalhar para outras pessoas. Hoje a nova realidade daquelas empresas passa mais pela construção em aço e alumínio do que pela tradicional madeira em que fomos uma referência no país.
O projecto inicial era fotografar algo em construção e apenas encontrei uma realidade de manutenção.